São Ciro (Icônio, Turquia, c. 301) é um santo da Igreja Católica, santo padroeiro das crianças que sofrem maus tratos. Conta a história que sua mãe, Julieta, foi perseguida pelos romanos. Estava a ser torturada, enquanto o menino Ciro ficava no colo do governador da província, o cruel Alexandre. O menino entristecido saiu do colo de Alexandre e chorando, gritou: "Também sou cristão". O governador ficou tão irritado com aquele gesto que empurrou o menino pelas escadas abaixo, o que lhe causou um traumatismo craniano severo e, consequentemente, a morte. Julieta, vendo o filho morto, ficou serena e aguardou a morte o mais breve possível, para que ficasse junto ao seu filho. Foi espancada e depois decapitada.
Julieta vivia na cidade de Icônio, na Licaônia, actualmente Turquia. Ela era uma senhora riquíssima, da alta aristocracia e cristã, que se tornara viúva logo após ter dado à luz um menino. Ele foi baptizado com o nome de Ciro, mas também atendia pelo diminutivo Ciríaco ou Quiríaco. Tinha três anos de idade quando o sanguinário imperador Diocleciano começou a perseguir, prender e matar os cristãos.
Julieta, levando o filhinho Ciro e algumas servidoras, fugiu para a Selêucia e, em seguida, para Tarso, mas ali acabou presa. O governador local, um cruel romano chamado Alexandre, tirou-lhe o filho dos braços e passou a usá-lo como um elemento a mais para a sua tortura. Colocou-o sentado sobre os seus joelhos, enquanto submetia Julieta ao flagelo na frente do menino, com o intuito de que renegasse a fé em Cristo.
Como ela não obedeceu, os castigos aumentaram. Foi então que o pequenino Ciro saltou dos joelhos do governador, começou a chorar e a gritar junto com a mãe: "Também sou cristão! Também sou cristão!" Foi tamanha a ira do governador que ele, com um pontapé, empurrou Ciro violentamente, fazendo-o rolar pelos degraus do tribunal, esmigalhando-lhe, assim, o crânio.
Conta-se que Julieta ficou imóvel, não reclamou, nem chorou, apenas rezou para que pudesse seguir o seu pequenino Ciro no martírio e encontrá-lo, o mais rápido possível, ao lado de Deus. E foi o que aconteceu. Julieta continuou a ser brutamente espancada e depois foi decapitada. Era o ano 304.
Os corpos foram recolhidos por uma das suas fiéis servidoras e sepultados num túmulo que foi mantido oculto até que as perseguições cessassem. Quando isso aconteceu, poucos anos depois, o bispo de Icônio, Teodoro, resolveu, com a ajuda de testemunhas da época e documentos legítimos, reconstruir fielmente a dramática história de Julieta e Ciro. E foi assim, pleno de autenticidade, que este culto chegou aos nossos dias.
Ciro tornou-se o mais jovem mártir do cristianismo, precedido apenas dos santos mártires inocentes, exterminados pelo rei Herodes em Belém . Por isso é considerado o santo padroeiro das crianças que sofrem de maus-tratos. A festa de santa Julieta e de são Ciro é celebrada pela Igreja no dia 16 de Junho, em todo o mundo católico.
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos - BEATO ANICETO KOPLIN, Presbítero e Companheiros, Mártires
* Na Congregaçãodos Sagrados Corações - SÃO JOÃO FRANCISCO REGIS, Prebítero
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