sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

SÃO BRAÚLIO - Bispo

* 26 MARÇO



Na Igreja visigótica da Península Ibérica surgiram homens de grande relevo intelectual e de influência extraordinária.
Lembramos hoje o bispo S. Bráulio de Saragoça não porque fosse um teólogo deslumbrante, mas porque estimulou a ciência sagrada com a sua preocupada investigação, a sua biblioteca extraordinária, a sua cultura multifacetada e erudição vastíssima. Contemporâneo de S. Isidoro de Sevilha, troca com ele cartas de grande amizade, onde se revela o seu interesse pela sabedoria.

Pouco se sabe do nascimento e da adolescência deste santo. Quanto conhecemos vem-nos das suas quarenta e três cartas que atravessaram os séculos e pelos documentos de alguns concílios de Toledo, num dos quais, o VI, foi encarregado de responder ao Papa, Honório I, que acusava os bispos da Hispânia de negligência na conversão dos judeus. Era, no entanto, de uma família distinta. O irmão João, seu mestre nas primeiras letras e nas ciências sagradas, foi bispo de Saragoça. Era também seu irmão o presbítero Frunimiano, há notícias de suas irmãs Basila e de Pompónia, esta abadessa de um mosteiro.

Depois de ser instruído junto da família, foi para Sevilha, onde pontificava S. Isidoro, - ao tempo, o homem mais sábio da cristandade inteira – e fez-se seu discípulo.

Voltou depois para Saragoça e, à morte do irmão, foi escolhido para bispo de Saragoça, em 633.

Escreveu a vida de S. Emiliano acompanhada de um hino para a sua festividade.

Dirigiu a diocese, com esmero e dedicação, tornando-se um homem influente não apenas na sua grei mas ainda na comunidade civil. As honras de que era alvo, porém, não o seduziram. Soube manter-se na esperança dos bens futuros, como escrevera à irmã, na morte de um familiar: “O tempo foge insensivelmente, a morte aproxima-se em segredo, e a nossa cega esperança não vê senão as alegrias da vida. Felizes aqueles cuja alegria é Deus e cujo gozo repousa na bem-aventurança futura”.

A verdadeira sabedoria haurida em tantos livros e pergaminhos coleccionados com muito cuidado e lidos constantemente até ficar cego, no final da vida, trouxeram-lhe a verdadeira doutrina que ele sempre considerou como caminhada para o Reino celeste. Morreu pelo ano 651.


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